A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Feira de tecnologia (13/10/2015)

Israel é um polo de tecnologia. Sem recursos naturais em abundância no terreno, com um solo complicado para ser plantado ou feito de pasto somados a uma disputa territorial quase centenária, o país encontrou na venda de conhecimento técnico uma fonte de renda perfeita para sustentar sua prosperidade.

Associando essa capacidade à escassez de água típica do Oriente Médio, os israelenses se tornaram pioneiros em desenvolver inovações para o setor em que Renato trabalhava, e a feira que o trio foi visitar era a reunião dos principais fabricantes com as startups mais promissoras em um ambiente de busca por negócios lucrativos para compradores e vendedores.

Sinceramente, descrever o que aconteceu ali naquele dia parece pouco interessante. Engenheiros falando de engenharia o tempo todo, cheio de termos técnicos e chatices específicas da profissão. Do que realmente vale a pena registrar, houve a refeição de uma coxa de frango, duas colheres de arroz, salada e um suco que custou R$ 60 por cabeça, um absurdo!

De volta ao hotel ao fim do dia, José mais uma vez procurou companhia para abandonar a claustrofobia do quarto em que estava, mas hoje nem Renato quis acompanhá-lo. Hoje ele tinha um compromisso agendado já: falar com Alice via Skype. Chegou, tomou banho, vestiu pijama, deitou e ligou o aplicativo no tablet, na tela em que via a moça morena de olhar cansado sorrir e falar completamente rouca.

Do pouco que conseguiu compreender da conversa, visto que a conexão de internet do hotel estava mais instável que humor de bipolar, ela havia gritado tanto nas festas da viagem que fizera que sua voz não a acompanhou de volta à capital. Viria provavelmente dali dois dias. Entre imagens pelo iPad e textos pelo Whatsapp, eles se devotaram um ao outro por pouco mais de uma hora.

Após esse tempo, cansados, se renderam e assumiram que deveriam mesmo é ir dormir. Ainda ficaram os últimos três minutos em silêncio, apenas olhando um ao outro, talvez esperando que adormecer com aquela visão os fizessem acordar na mesma cama no dia seguinte. Pelo menos foi a essa fantasia que Renato se apegou quando fechou os olhos e desejou sonhar com aquela mulher.