A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Hora de trabalhar de verdade (11/10/2015)

Domingo! Dia de descanso, certo? ERRADO! Em Israel, o fim de semana é sexta e sábado. Logo, hoje foi dia de trabalho: Renato e seus colegas estavam agendados para algumas visitas técnicas pelo país, motivo principal da viagem, aliás.

Depois de deixarem o hotel, seguiram a pé por quatro quadras até o ponto de encontro combinado com a delegação que organizou as visitações. Lá, um ônibus os aguardava, além de um grupo de brasileiros que também se inscreveu no roteiro de empresas que aceitaram os receber.

O primeiro ponto de era perto, dentro da própria Tel Aviv, só que mais ao centro. Um trajeto de não mais do que 30 minutos. O motorista do ônibus errou alguma coisa, contudo, e os levou por ruelas tão estreitas e com carros estacionados dos dois lados que o veículo praticamente emperrou. Seria impossível ir para frente ou para trás sem que houvesse a possibilidade de avarias no coletivo.

A solução encontrada foi o guia turístico (sim, este dia também contava com um guia, mas ele era mais uma pessoa para distrair os passageiros do que o foco principal do passeio) descer do ônibus e ajudar o condutor em suas manobras delicadas. O que se resolveria em meia hora durou pouco mais de duas. Com esse gasto de tempo, haveria a necessidade de eliminar uma das visitas, escolha que se deixou para fazer conjunto ao fim desta primeira reunião.

Em uma sala grande e elegante, Renato assistiu um vídeo institucional e um pouco de blá-blá-blá do representante da companhia de saneamento nacional de Israel. Muito papo, pouco assunto, nenhuma resolução. O rapaz aproveitou para comer, já que frutas e doces eram oferecidos em fartura sobre a mesa larga e comprida.

De volta ao ônibus, o grupo seguiu para a primeira parada fora dos limites municipais. Dirigiram-se para uma planta de dessalinização de água do mar e aqui cabe uma explicação. Grande parte de Israel é um deserto. As fontes de água mais evidentes da região são o Mar da Galileia e o Rio Jordão, incapazes de abastecer o país inteiro. A saída foi tratar a água do mar para retirar o sal e oferecer para a população. O custo é altíssimo, mas um vez que não se tem opção, isso é irrelevante.

A fábrica em si não tem nada de especial em aparência; o que conta mesmo é a tecnologia embutida nos materiais e processos. Slides em uma sala escura antecederam um passeio pela unidade fabril. Renato gostou do que viu, apesar de ter mantido mais o foco em buscar bons cliques do que na explicação que era dada para o funcionamento do sistema. Na prática, não saiu com nada de proveitoso.

O sol já havia passado do pico e a fome começava a dar seus sinais: os integrantes do grupo visitante estavam impacientes, alvoroçados, dispersos, clima perfeito para se tomar decisões de forma rápida; nem sempre eficientes, todavia. A líder da delegação organizadora convocou todos e uma votação por maioria simples logo definiu que a visita ao kibutz seria limada da programação.

Kibutz é uma vila típica judaica em que as pessoas ainda vivem em comunidade, parecido com o que se via no começo do século XX. Evidentemente, as vestimentas, a tecnologia e as facilidades do mundo moderno foram introduzidas nesses lugares, mas não havia propriedade privada, por exemplo. Uma forma de convívio bastante curiosa que o rapaz não tomaria contato; ao menos não nesta estada em Israel.

Saindo da planta de dessalinização, eles entraram em um posto na estrada para comer e partiram para a última parada: a empresa que criou o método de irrigação do deserto que possibilitou àquele país não mais depender do exterior para produzir alimento suficiente para seus habitantes. Adivinhe: sala com apresentação, passeio na fábrica, ida para o ônibus. Nem fotos foram permitidas desta vez, dado o sigilo industrial envolvido no processo de fabricação dos equipamentos.

A viagem de volta a Tel Aviv os presenteou com um belo pôr-do-sol, apreciado pelos olhos cansados de Renato, que se fecharam antes que o sol deixasse completamente o céu. Foram abrir só no desembarque derradeiro ao fim da excursão.

No hotel, após o banho, José repetiu o rito do dia anterior e chamou os dois colegas de trabalho para passear e jantar. Só o jovem aceitou e os dois foram caminhar no antigo porto, transformado em centro comercial, onde mais uma vez papearam por horas a fio.