A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Na praça com Andressa (30/09/2015)

Depois da ansiedade da noite anterior, a manhã começava com sono. O corpo pesava para levantar, até que Renato se lembrou que este era o dia em que seu carro não podia circular naquela região de São Paulo. Ele precisava sair de casa em meia hora, no máximo!

Voou para o banho, arrumou-se sem enrolação e entrou no veículo dois minutos mais tarde do que deveria. Restaria rezar para que os fiscais de trânsito (homens ou radares) não o autuassem, e foi o que fez até sair da área de tráfego proibido. Só saberemos se ele foi ou não multado daqui umas semanas.

A caminho do trabalho, na estrada - hoje e amanhã Renato deve trabalhar no escritório da empresa no interior - ele pensou por pouco tempo na loucura que havia sido a mensagem da Alice (esse é o nome de sua ex-namorada) e decidiu que era melhor ouvir música. A ansiedade não poderia tomar conta dele, e deixar o assunto em banho-maria mental era uma tática excelente para que isso não acontecesse.

Vale uma pausa no relato agora para uma breve explicação. Renato é um paquerador! Ele tem talento para a arte de conquistar mulheres, muito provavelmente herdado do lado da família de seu pai, que é do Rio. Não só talento: o rapaz gosta desse jogo! Se aproximar, ser charmoso, agradável, elogiar, prestar atenção no que elas gostam de fazer e falar... E o que ele já confessou algumas vezes é que a parte mais prazerosa é se apaixonar pela menina nesse processo.

Dito isso, era razoável de se esperar que ele tivesse uma paquera no escritório do interior. Andressa é uma menina comum de cidade do interior, batalhando nos seus vinte e poucos anos para montar uma carreira e viver bem a vida. Renato começou a falar com ela por amizade, já que a moça era uma das poucas pessoas receptivas do escritório quando ele precisou começar a frequentar lá. Mesmo decidido a mantê-la no círculo de amizades, em um momento de carência ele deixou o lado galante falar mais alto e deu no que deu.

O dia de trabalho foi comum, cotidiano: uma planilha aqui, uma apresentação ali, almoço com Laura, a colega de equipe, para ambos desabafarem e eis que a labuta se encerra.

A chuva descia tímida do céu no encerramento do expediente, depois de uma pancada forte umas horas mais cedo. Conforme combinou com Andressa, Renato saiu de lá e ambos foram tomar sorvete na praça, olhar o céu nublado e falar sobre a vida; ele deitado no banco, cabeça apoiada na coxa grossa dela. Não houve beijos, apenas um cafuné da parte dela enquanto ele acariciava suas costas. Seus pensamentos definitivamente não estavam ali. Estavam em Alice...

Antes da praça esvaziar, ele deixou Andressa em casa e foi para a sua, dormir com ideias borbulhando no cérebro.