A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O voo e o aeroporto (07/10/2015)

A classe econômica do avião da Lufthansa era espaçosa o suficiente para nosso protagonista de baixa estatura e pernas curtas, mas aparentemente não para Mateus e José. O primeiro pagou um pouco mais para ir na classe "econômica plus", com mais espaço para as pernas, e o diretor foi de classe executiva. Ao menos, estando distante dos dois, ele não precisaria passar pelo constrangimento de ter que puxar conversa ou responder a essas iniciativas.

Belas aeromoças tipicamente alemãs (altas, olhos claros, cabelos loiros, cara de quem chapa o coco na Oktoberfest) fizeram todo o teatro pré-decolagem, com avisos em inglês e alemão, sumariamente ignorados por Renato. Ele já sabia o lance da máscara amarela, o colete salva-vidas, as saídas de emergência, mas na prática o que aconteceria em caso de uma eventualidade é que ele entraria em pânico mesmo, então tanto faz.

O entertainment center, nome elegante para a telinha individual que passa filmes, foi liberado assim que o avião deixou o solo e o rapaz ocupou bem seu tempo. Assistiu três filmes, dormiu um pouco, comeu bem e até foi conhecer o banheiro. Depois de 11 horas dentro da aeronave, eles pousaram em Munique para a conexão.

Lá, os três se reuniram novamente e comentaram sobre os filmes que escolheram, basicamente a única novidade que havia acontecido desde a última vez em que se viram. Uma centena de minutos de espera e mais um voo: embarque, teatrinho, decolagem. Desta vez, quatro horas e nenhum entertainment center. Restou a Renato dormir, tarefa que cumpriu com maestria de ponta a ponta.

Finalmente em solo israelense, extenuado tanto quanto seus colegas de trabalho, o rapaz só queria chegar logo no hotel e descansar. Contudo, o controle de imigração hebraico não pensava da mesma forma. Por algum motivo, os três foram parados na triagem da polícia e tiveram que esperar mais de uma hora para serem liberados. E olha só!, a equipe da companhia aérea também não queria que eles descansassem: somente a mala de José havia chegado neste voo. Depois de muito procurar em vão, eles foram informados que parte da bagagem que viria de Munique não coube no avião e virá amanhã em outro voo. Caberia a eles darem um jeito até lá e depois se acertarem com a Lufthansa.

Falando assim, parece que foi simples, mas isso demorou umas quatro horas entre desembarcar da aeronave e embarcar no táxi. Quarenta dólares depois, finalmente fizeram check-in no hotel às 21h de Tel Aviv. Com todos devidamente avisados de sua chegada são e salvo, incluindo ter contado parte da confusão que foi no aeroporto, Renato tomou um banho curto e se jogou na cama. Provavelmente dormiu enquanto o corpo ainda estava em queda livre em direção ao colchão.