A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

terça-feira, 13 de outubro de 2015

#partiuIsrael (06/10/2015)

Assim que o celular despertou, Elza entrou no quarto que pertencia a seu filho quando ele morava lá e o encontrou já acordado, fazendo preguiça na cama. Renato havia mandado uma mensagem para sua mãe antes de dormir avisando-a que ficaria por lá naquela noite e, pelo visto, ela se empolgou com a ideia logo cedo, quando a leu.

O rapaz pulou da cama e deu um abraço naquela senhora de pouco mais de um metro e meio, convidando-a para o café da manhã, o que foi prontamente aceito. Foram para a cozinha e começaram o ritual de comer e falar que havia sido rotina por alguns anos, em toda manhã em que ambos iam trabalhar. Poucos minutos depois, Paloma se juntou a eles e a conversa rendeu.

Fim do desjejum, trocar de roupa e se preparar para sair era o que viria a seguir para as mulheres.

- Vamos, mãe! Vamos ficar atrasadas!

- Não vai fazer sua maquiagem, menina?

- Não, faço no escritório!

- Faça aqui! Dá tempo! Aí eu fico um pouco mais aqui com o Renato. - e um sorriso assumindo a cara-de-pau se instalou no rosto de Elza.

Não é preciso dizer que Renato se derreteu naquele momento com a demonstração tão descarada de afeto por parte de sua mãe. Se há dois ou três anos ela tinha alguma vergonha ou dificuldade de expressar o que sentia, isso era a prova final de que Elza havia mudado bastante, e para melhor.

Obviamente, fazer uma maquiagem não é uma atividade que demora horas; em pouco tempo o rapaz se despediu das duas ("boa viagem", "juízo", "aproveite", "chegando manda mensagem", "boa sorte", etc.) e foi terminar de arrumar as coisas que ainda faltavam para poder viajar.

Se eu havia dito que ele deixou tudo para a última hora, me expressei mal. Renato tinha deixado tudo para resolver até o limiar de perder o voo, programado para sair às 16h30. Precisou ir de ônibus buscar seu carro em seu apartamento no centro da cidade. Foi pegar uma mala emprestada com a tia Matilde em um extremo da cidade, já que a sua estava no conserto. Esqueceu de baixar as músicas que queria ouvir na viagem de 21 horas (!), incluindo conexão em Munique. Quase deixou o passaporte para trás ao sair com "tudo pronto" da casa se sua mãe. Coroando sua capacidade inacreditável de se atrasar, mas também por um erro do departamento financeiro da empresa, ficou tarde demais para ele pegar o dinheiro da viagem, pelo que teria que dar um jeito quando chegasse lá.

No aeroporto, encontrou-se com Mateus, o gerente, e José, o diretor, ambos citados em textos anteriores pelo cargo e não pelo nome. Cumpriram os procedimentos de embarque, conversaram um pouco até a companhia aérea chamar para entrar no avião e partiram. Minutos antes, Renato mandou mensagem a todos aqueles que julgou que mereciam. Para Alice, apenas um coração bem grande.