A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Uma mensagem inesperada (29/09/2015)

Renato havia dormido mal à noite e acordou várias vezes entre as 5h e as 6h da manhã. Depois disso, dormiu mal porque ficou com medo de perder a hora.

O relógio despertou pontualmente às 7h e o pegou cochilando de leve. O rapaz rolou duas vezes para cada lado da cama nos 15 minutos seguintes e decidiu se levantar.

Arrumou-se como de costume e seguiu de ônibus para o escritório onde trabalha, na mesma rotina cotidiana.

O dia passou preguiçoso, entre leituras pela internet e organização do orçamento pessoal. Almoçou sozinho, sem nem mesmo a companhia de algum livro que costuma carregar para cima e para baixo. A produtividade no trabalho foi realmente baixa, limitando-se a uma reunião à tarde, mas nada que as pessoas ao redor reparassem.

Ao fim do expediente, buscou o carro e foi pegar Paloma (sua única irmã) no trabalho, para que conversassem um pouco no caminho, uma vez que Renato precisava buscar as roupas passadas na casa em que ela morava com a mãe deles.

Já bastante próximos do destino, o celular do rapaz apitou avisando que havia uma nova mensagem. Pegou o aparelho e o desbloqueou, ficando ele mesmo bloqueado ao ler o conteúdo e o remetente.

Sua ex-namorada, que há pouco mais de uma semana tinha enterrado a maior tentativa dele de reatamento, o chamou:

"Renato", ela começou.

"Oi", ele respondeu, tremendo.

"Tá ocupado?"

"Não"

"Posso fazer uma pergunta?"

"Sim, claro"

"Tudo o que vc me disse era realmente verdade?"

Ela se referia à declaração que Renato tinha lhe feito na data em que eles estariam comemorando 1 ano de namoro, se não tivessem terminado em março passado. Ele precisou de 365 dias pra finalmente dizer "Eu te amo!".

"Sim. Tudo", ele replicou.

"Vc ainda quer me dizer isso?"

Ele leu e não coube em si. Sentiu que, se soluçasse, o coração lhe viria à boca. Não achou palavras para escrever algo que prestasse sem parecer um adolescente bobo e apaixonado. O que seus dedos colocaram no teclado foi:

"Direi agora, se vc quiser me receber" - eram mais de 10 horas da noite. Como eu havia dito, adolescente bobo e apaixonado.

Ela foi mais ponderada. Marcaram de se encontrar na próxima sexta-feira.

Em êxtase, Renato precisou tomar um dose de uísque para relaxar, comemorar e dormir. Já passava da 1h da madrugada quando finalmente seus olhos se fecharam.