A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Rugby e véspera de aniversário (17/10/2015)

O casal acordou no motel e arrumou tempo para namorar mais um pouco. Eles ainda estavam com espólios dos compromissos de desnamorados para resolverem e nesse bolo Alice tinha uma tatuagem agendada com as amigas para a hora do almoço. Somente as três iriam. Depois ela ainda iria se arrumar para a balada de aniversário de Gabriela, sua melhor amiga (elas se conhecem desde o jardim de infância, moram a cinco minutos de carro de distância entre si e até dividem uma tatuagem de amizade; a de hoje é a segunda). Nesta, Renato também estava de fora.

Sumariamente excluído do sábado dela por força dos acontecimentos, ele decidiu tirar o dia para o rugby. A Copa do Mundo do esporte estava em sua fase eliminatória e dois jogos ocorreriam naquele dia, um deles de sua seleção favorita, a Nova Zelândia. O Outback era a escolha óbvia para sediar o evento e, assim que saiu do motel e deixou Alice em casa, o rapaz foi até a casa de sua mãe buscar a companhia de Paloma e Thiago para seu almoço esportivo.

A notícia de que o jogo do almoço não seria televisionado o pegou de surpresa, pelo que eles trocaram o restaurante australiano pelo America e um steak suculento. Esses três juntos são garantia de boas risadas e muita nonsense concentrada, e por algumas horas Renato até esqueceu que não veria Alice naquele dia.

Encerrada a refeição, o rapaz deixou a irmã e o cunhado de volta na casa da mãe e regressou para a rua atrás de rugby. O segundo jogo seria sim transmitido e ele voltou ao Outback para assisti-lo na companhia de seus amigos da faculdade via Whatsapp - na escola de engenharia em que estudaram, a modalidade é bastante tradicional e todos acabaram tomando gosto por ela. Paralelamente, ele recebeu fotos de Alice e suas tatuagens finalizadas (além da de amizade, ela fez a assinatura da falecida mãe em seu pé) e conversou com a namorada pelo aplicativo antes de ela ir tirar um cochilo em algum momento do segundo tempo da partida.

Sábado, fim de tarde, véspera de aniversário de Renato e ele não fazia ideia do que faria para celebrar. Tentou agitar balada mas ninguém se animou, entre pessoas sem dinheiro e sem ânimo. Não havia nenhum evento do UFC agendado para aquela noite, outra paixão esportiva que tem. Estava sem companhia para assistir um bom filme. Nenhuma alma que quisesse dividir uma mesa de bar para ouvi-lo tagarelar.

Com tantas portas fechadas em volta de si, Renato notou-se dentro de um quarto. Fez o que qualquer um faz no tédio, sozinho e em um quarto: dormiu não eram nem oito da noite, com o humor em tom de melancolia. Acordou algumas horas depois com sua irmã o convidando para um lanche, pelo que comeu, confraternizou e voltou para a derrota da cama.