A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Atentados em Paris (13/11/2015)

Alice acordou primeiro e chamou Renato com um beijo carinhoso em sua bochecha. Ao abrir os olhos, recebeu outro na boca e ouviu sussurrado "Acorda, Seu Preguiça!". Já eram oito horas da manhã e ela estava pra sair de casa; ele fora acordado aquela hora porque faria home office pela manhã e iria ao escritório apenas no período da tarde, para uma reunião.

Um abraço longo liberou a namorada para sair, pelo que ele ainda fez um pouco de onda na cama antes de ir para o banho. Depois de se arrumar e tomar o excelente café-da-manhã que sempre encontra na casa de Alice (quando tem tempo de desjejuar), ele se sentou a frente do notebook e tratou de ocupar seu tempo.

Não demorou muito para que a moça voltasse do consultório para casa, ao menos foi o que Renato sentiu. Compenetrado em seus afazeres, três horas passaram-se como trinta minutos e logo sua morena girava a chave na fechadura da porta principal. Os dois conversaram um pouco e se puseram à mesa para comer o também excelente almoço que sua empregada cozinha. O cheiro da mistura perfeita de temperos preenchia o ambiente e puxava o casal, como a música hipnótica que guia a cobra enquanto o flautista a toca.

Serviram-se bem e continuaram o papo até quando deu, na iminência de Renato perder a hora. Ele partiu apressado e ainda teve tempo de passar em casa para deixar seu carro e seguir de transporte público até a sede da empresa. A reunião que teve foi curta, não mais do que cinquenta minutos. Fez questão de ir embora ao final dela, já que nem pretendia ter ido até lá de forma alguma. Na saída, ligou para Alice, que o convidou para um pizza em sua casa, junto com seu irmão, a família dele e seu pai.

Quando o rapaz chegou de volta ao apartamento da namorada, fazendo o exato caminho oposto ao que fizeram no almoço, mas com muito mais trânsito, a pizza já estava à mesa; tinha acabado de chegar. Ele chegou e quase instantaneamente foi servido, após os demais presentes. Enquanto comiam, os celulares de todos começaram a vibrar mensagens e os respectivos donos foram conferir. Só se falava de uma coisa: atentado terrorista!

Em Paris, um grupo de extremistas ligado ao Estado Islâmico explodiu bombas e invadiu uma casa de show metralhando os presentes na plateia. Um horror com cobertura ao vivo das consequências imediatas pelos principais canais de notícias. O resto da sexta se resumiu a isso: os cinco sentados no sofá acompanhando as informações que eram divulgadas a conta-gotas e de forma dispersa pela TV. Enquanto isso, o pequeno Furacão brincava com seus carrinhos alheio às atrocidades que o ser humano é capaz de cometer.