A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Preparativos para o feriado (19/11/2015)

Duas datas interessantes se aproximavam: a entrega final do trabalho do ano inteiro e o feriado de três dias que novembro proporcionou. Para atender a primeira, Renato não se demorou em casa após acordar, chegou cedo no escritório e se pôs a finalizar o que faltava. Tanto que nem viu quando o sol a pino já convidada para o almoço e, ao mesmo tempo, exigia a busca desesperada por uma sombra.

O rapaz estava com vontade de comer algo diferente e seguiu para o food truck park que já havia visitado com Laura há umas semanas. Lá, foi a uma barraca de comida mexicana diferente do TexMex que se vê por aí. O prato principal era um espécie de cozido com carne de porco, boi e frango, bem temperado e com alguns legumes. Para acompanhar, tortillas e arroz com pimentão. O calor castigava e o vendedor aproveitou para oferecer mais uma coisa: Michelada. Trata-se de um copo bem servido de cerveja com gelo, limão e especiarias. Na borda, sal grosso bruto ressaltava sabores e provocava mais sede, tornando a bebida um ciclo perfeito de satisfação e desejo.

Renato deliciou-se com ambos, o prato e o drink. Comeu devagar, apreciando os sabores daquele prato exótico enquanto ouvia música no celular, como companhia. Fez questão de gastar cada um dos 60 minutos que tem de almoço naquele ode a boa refeição.

Voltar a trabalhar no mesmo ritmo depois de se alimentar foi penoso. Não tanto o cozido, mas a cerveja cobrava seu preço trazendo sonolência e falta de foco ao rapaz. Ele precisou caminhar um pouco, ir ao banheiro, lavar o rosto, tomar água gelada e pensou até em ir ao térreo correr para ver se pegava no tranco. Nada deu certo. Ele só se sentiu normal de novo perto da hora de sair.

Ainda na onda das consequências dos atentados de Paris, Renato voltou para casa engolindo mais material sobre o Estado Islâmico. Ele nem se importou que o ônibus que pega para ir embora demorava mais que o de costume; só se deu conta porque Alice o chamou com mensagens ao celular perguntando seu paradeiro.

O questionamento da moça fazia sentido. Hoje eles haviam marcado de se encontrarem na casa dela para viajarem para a praia, aproveitando o feriado na sexta para passarem três dias a sós no apartamento do pai dela. Eles foram se falando pelo caminho até a casa dele, onde rapidamente arrumou a mala para a viagem, e daí pra casa dela, onde jantaram algo para forrar o estômago.

Já era perto da meia-noite quando o casal partiu para descer a serra em busca do mar. Renato resistiu o quanto pôde, mas não conseguiu e dormiu a primeira meia hora na estrada. Fez companhia a Alice nos dois terços seguintes do trecho, falando de nada específico ou útil, apenas focado em fazer a moça rir e se sentir bem ao seu lado.

Tudo transcorreu bem e eles chegaram na praia ávidos por uma cama gostosa, que estava lá a esperá-los. Antes de deitarem, Renato conferiu o celular e viu que Andressa havia mandado uma mensagem. Tendo conversado com ele durante a semana, ela sabia do destino do amigo. Por pura coincidência, já que o feriado dela havia sido programado com bastante antecedência, ela lembrou o rapaz que também estaria naquela praia. Renato deixou a mente cansada devanear e refletir sobre quão estranha seria a situação das duas, Andressa e Alice, se encontrando.