A vida de Renato, contada quase diariamente por seu biógrafo favorito

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

De volta à realidade (23/11/2015)

Renato acordou e não tardou para se arrumar. Sentia um vigor atípico para uma manhã, provavelmente reflexo do descanso que o feriado proporcionou. Conforme havia acertado com sua irmã na noite anterior, o rapaz saiu cedo da casa de Alice, foi até a casa de sua mãe encontrar Paloma, vestiu uma roupa improvisada para ir trabalhar (não tinha vestuário social completo nem na namorada, nem da casa de Elza) e seguiu de transporte público até o escritório em companhia fraterna.

Pra variar um pouco, no começo do expediente havia uma reunião que Mateus convocou e não utilizou adequadamente: este chegou atrasado, divergiu do tema inicial e encerrou sem necessariamente ter corrido os assuntos que disse que pretendia. A manhã de Renato escorreu pelo ralo da improdutividade não intencional.

Almoçou com Laura, como de praxe às segundas-feiras, e falaram do feriado e da cachorra dela, que estava resfriada (o rapaz jura que nunca tinha ouvido falar de cachorro resfriado na vida). Na volta, mesclou as obrigações laborais com a programação do próximo final de semana. Uma amiga que ele não vê há mais de um ano virá no próximo sábado para confraternizarem; acertou com Alice um almoço em um restaurante austríaco; os detalhes finais do aluguel da casa do Réveillon serão alinhavados pela manhã (sim, finalmente deu certo!), a pedido de Paloma; se tudo correr bem, há ainda uma cervejaria artesanal para encerrar a noite do último dia da semana.

Pouco depois das 19 horas, quando termina seu horário oficial de labuta, Renato seguiu para a casa de sua mãe de volta, onde havia deixado seu carro pela manhã, para buscar, além do veículo, roupas passadas. Ao entrar, deparou-se com Carla sentada no sofá terminando de entregar a venda de cosméticos de catálogo que havia feito para Elza. Aproveitou a grata surpresa para tagarelar com a moça enquanto comia alguma coisa e recolhia o que viera buscar ali.

O rapaz saiu da casa de sua mãe pouco antes das 22 e chegou em seu apartamento meia hora depois. Como há muito não fazia, deitou sozinho em sua própria cama e tratou de relaxar ouvindo os sons típicos dali: a buzina do trem, os ônibus sobre o viaduto, a voz alta das poucas pessoas que transitam na rua àquela hora. Dormiu como se isso fosse o zumbido suave do ventilador que embala o sono em noites quentes.